Lafargue

Paul Lafargue nasceu em Cuba, filho de um francês e de uma judia, neto de uma mulata. Estudou medicina na França e se tornou um apaixonado militante socialista. Em 1868, casou-se com Laura, a filha caçula de Marx. Após uma vida extremamente ativa em projetos, lutas e desafios, em 1911, juntamente com sua esposa, suicidou-se como havia planejado há muito: uma injeção hipodérmica de ácido cianídrico. Como afirmou em seu testamento político “mato-me antes que a impiedosa velhice, que me tira um a um os prazeres e as alegrias da vida e me despoja de minhas forças físicas e intelectuais, acabe por paralisar minhas energias e minha vontade, fazendo de mim um peso para os outros e para mim mesmo”.
Releio seu texto, provavelmente mais conhecido, O Direito à Preguiça. Uma sátira genial publicada no jornal socialista L’Égalité, em Paris, entre 16 de junho e 4 de agosto de 1880. Numa época em que as jornadas de trabalho se estendiam a 16, 17 horas, quando, além desse regime excessivo, enormes parcelas das classes trabalhadoras estavam plenamente convencidas de que o trabalho em si era uma atividade dignificante e benéfica.
Deliciosa e atualíssima leitura em tempos em que os deuses Trabalho e Consumo reinam plenamente no imaginário coletivo. Mais do que Marx, seu sogro aclamado por boa parte da “inteligentzia” no século XX, Lafargue é um alento para os dias atuais.
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